segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Everson Merino: O papel da militância e da direção partidária na reta final da campanha eleitoral.

É necessário combater sobre tudo a política neoliberal na reta final de campanha. Nossa militância deve estar alerta para protagonizar a vitória no dia 31 de outubro.

Faltando menos de uma semana para o povo escolher qual o projeto político irá comandar este Brasil, que incluiu até agora 36 milhões de brasileiros na classe média, para governá-lo nos próximos 4 anos. O debate de idéias e o protagonismo militante ocupam papel decisivo neste processo final de definição do voto. A escolha final do povo é motivada pela liderança partidária e individual de cada qual. O coletivo partidário é formado pela seguinte escala: filiados; militantes; quadros e dirigentes.
Este texto é uma reflexão individual, mas que compartilho com todos para iniciar a avaliação da atuação da militância do PCdoB no que tange o debate programático, necessidade ampla mente discutida nos fóruns partidários e defendida de forma quase unânime pelos dirigentes. Portanto tem-se a ciência da importância de debater, não apenas entre a militância, mas, sobretudo com o povo. Como nossa militância se comportou nesse processo, será com certeza tema para muitos camaradas pesquisadores abordarem no futuro, no entanto o que nosso partido deve fazer daqui até à hora final da eleição no dia 31 de outubro é questão atual e pertinente de se destacar.
Minha reflexão é fruto do acumulo histórico que o partido tem feito a cerca da importância da seqüência desse projeto popular que desenvolvemos de 2003 até agora, junto com a coalizão que mantém Lula no poder. É determinante que cada membro do Partido Comunista do Brasil tenha a clareza e entenda que a volta da aliança PSDB-DEM-PPS-TFP ao poder central do país é um retrocesso fatal a esse Brasil que começou a se desenvolver novamente, depois de décadas de estagnação. A verdade é que, com Lula, agora com Dilma; é a primeira vez desde a ascensão das reformas de base de João Goulart; que o povo tem a sensação de liberdade e sente que o Brasil pode ser um país desenvolvido e próspero, que pode ter a sua juventude estudando na rede Federal de Educação Técnica e Superior. Como diz aquele grito de ordem do Movimento Estudantil: ´´Ohhhhh,oh, oh, oh, o filho do pedreiro, vai poder virar doutor, oh-oh, oh-oh``. É esse sentimento de esperança que move o trabalhador na sua atividade diária e que de forma palpável atinge o estudante da rede federal, incluindo aí os estudantes Próunistas.
Por outro lado, existe a classe média brasileira, que a partir do novo Brasil, que inclui e distribui renda; que emprega 15 milhões de brasileiros e alça 36 milhões até o estatus de médio, forma uma parcela maior do bolo, esta consequentemente é alvo das mais variadas ideologias postas na sociedade. Essa classe não pode ser fraca e despolitizada, deve ter a consciência de qual projeto a beneficia concretamente. Para que isso ocorra, deve o Estado educá-la a partir de novos valores, progressistas e desenvolvimentistas. O novo cidadão brasileiro deve valorizar o Estado; as riquezas nacionais e definitivamente deve reconhecer um inimigo público, quando este se entusiasmar em destruir o que já foi construido.
O Brasil não pode ficar a mercê de debates esvaziados, onde não se discutem as questões programáticas. Por esses motivos deve o Estado Brasileiro educar de forma diferente essa nova população que se desenha nos gráficos. Hoje temos dois projetos totalmente diferentes, que podem ou não, mudar de forma grotesca a vida do povo brasileiro. Mas o que se vê é confusão e mentiras por parte da grande mídia e uma campanha anti-democrática por parte da coligação encabeçada por José Serra. É o momento de o povo escolher: lutar, ou não lutar nesses últimos dias e para tanto temos dois lados bem diferentes a escolher:
A direita do campo político se encontra o projeto neoliberal, voltado para as elites, com o objetivo de enxugar o Estado e passar os serviços e bens públicos para a especulação do capital financeiro, portanto coloca a propriedade privada como objeto principal de seu projeto politico.
A esquerda está o projeto popular, voltado para as camadas mais pobres, seu objetivo é fortalecer o Estado e consequentemente afastar da especulação financeira os bens e serviços que são vitais para o desenvolvimento humano e econômico de nossa sociedade. Este por sua vez coloca no centro de seu debate o ser humano.
Faltando poucos dias para a votação, as coligações procuram ainda convencer os poucos indecisos e os que ainda podem mudar o voto. Pode-se notar esse empenho durante o horário eleitoral gratuito e nas ruas através dos militantes.
Quem está na frente nas pesquisas tende a diminuir o ritmo e é justamente isso que deve ser combatido pela nossa militância, sabemos o perigo que representa José Serra ao povo brasileiro. Por outro lado à direita quando está perdendo tende a buscar a bala de prata, a confusão, a mentira, a dissimulação. Assim foi feito ao longo da história brasileira, sempre através da imprensa tupiniquim. Nesse ambiente se faz necessária a campanha contundente e serena, para não tumultuar a processo democrático que amadurece durante este pleito eleitoral.
Os dois projetos devem intensificar a sua atuação na campanha. Duas ações merecem destaque:
A Internet, essa modalidade de tecnologia da informação, merece ser debatida e profissionalizada, pois cada vez mais é utilizada essa ferramenta para alcançar um novo público, o internauta. A internet é um campo aberto para a campanha eleitoral e por isso não há uma fiscalização sobre o que é veiculado, portanto uma infinidade de mentiras e falsidades são imputadas aos candidatos. Cabe a militância cibernética o acompanhamento dos fatos relatados na web; sua devida fiscalização e as respostas devem ser sempre imediatas.
O Corpo a corpo, esse tipo de campanha é muito eficaz e tem um potencial gigantesco de angariar e mudar votos na reta final, inclusive no dia da eleição. O fator diferencial nessa modalidade é a robustez e envergadura da militância; quanto melhor for sua formação, melhor será sua argumentação junto ao povo; quanto maior for seu engajamento, mais forte será sua luta. São pressupostos essenciais para garantir a vitória no dia 31.
A militância da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, não pode vacilar nesse momento, cada mulher e cada homem devem assumir para si a responsabilidade do resultado da eleição, nada está pronto e acabado e como nos ensina Karl Marx: ´´Tudo o que é sólido se dissolve no ar``. A vitória depende da militância, que deve divulgar o projeto de forma intensificada na internet e ir as ruas mobilizar na busca dos votos.
Os debates entre os candidatos, como foi nesta segunda-feira na Rede Record de Comunicação, quando Dilma acuou o tucano Serra, devem nortear a militância nesse sentido; no entanto é obrigação individual de cada um defender o projeto coletivo, promovendo o debate de idéias com a população.
O povo brasileiro se encontra em uma encruzilhada histórica e deve ter ciência disto. A população somente desenvolverá o raciocínio correto se a militância alertá-la, mostrá-la os dois lados da moeda dessa eleição. Portanto, não podemos descansar até que a primeira urna seja aberta.
Durante o dia da eleição é importante a vigília militante para garantir o bom andamento do pleito. As cartas estão na mesa, basta jogarmos o jogo político democrático. Não podemos aceitar a estória de que a eleição está definida; ao contrário, cada um deve falar a seu próximo sobre a importância do voto consciente e a importância da continuação do projeto mudancista e desenvolvimentista iniciado em 2003 com Luiz Inácio Lula da Silva. Agora é Dilma presidenta do Brasil.
Nenhuma pergunta deve ficar no ar e as respostas devem ser dadas de forma firme, contundente e tranqüila. Nosso projeto é o novo, representa o progresso, traz a esperança ao povo, essas qualidades de nossas propostas devem ser aproveitadas e os argumentos bem elaborados para não deixar a população confusa.
Todos sabemos que a política da confusão é feita através da força política capitaneada por José Serra. Que compra a maioria dos veículos da grande imprensa com seu discurso neoliberal. Eles sim querem confundir o povo, pois não falam de forma concreta o que vão fazer no que tange a riqueza do povo; a educação; a distribuição de renda, etc.
Portanto temos que mostrar que nosso projeto é mais palpável, mais real e melhor para o povo, pois trabalha com este e não sem ele; por que constrói, não destrói.
Vamos lá meu povo, buscar a vida de certezas e não de frustrações. No dia 31 devemos dar mais um passo na construção de um país mais justo.




* É militante do Partido Comunista do Brasil - PCdoB e estudante de Direito da rede de Institutos Federais, criada; estruturada e expandida durante o governo popular de Luiz Inácio Lula da Silva.

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