terça-feira, 3 de agosto de 2010

2016

2016 será o ano em que o Brasil deverá através do esporte projetar a imagem e afirmação de potência mundial junto as nações do mundo, provavelmente os royalty do Pré-Sal já serão “reais” e a população poderá ser beneficiada por essa injeção econômica. Porém o que chamo atenção nesse texto é para a grande oportunidade que nossa nação tem em ser a sede de uma edição das Olimpíadas, pois é no esporte que se pode construir um ser humano completo relacionando o desenvolvimento físico com o mental. O Estado brasileiro através do Ministério dos Esportes conseguiu organizar essa área e são muitos os programas que a exemplo do Programa “Segundo Tempo” dá uma oportunidade de acesso ao esporte de base a crianças carentes. Outros tantos são voltados ao esporte de alto rendimento que incentivam nossos atletas a participarem de importantes competições. Esses projetos e programas levaram o Ministro dos Esportes Orlando Silva Jr. a lutar junto com outras autoridades e personalidades brasileiras para que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 fossem realizadas aqui. Os dois Eventos foram conquistados e não por acaso, isso é efeito de um grande esforço para universalizar o esporte em nosso país. Hoje a nossa realidade é bem diferente dos anos de entreguismo do PSDB de Pavam, FHC e Serra e o DEM de Jorge Bornhausen e Cia LTDA que nunca tiveram olhos para o esporte e simplesmente deixaram o seguimento em último plano se é que o colocaram nesse lugar. Hoje podemos bater no peito e dizer que o Brasil tem projeto olímpico permanente sem precisar baixar a cabeça para as ditas potências mundiais.

Porém como nem tudo o que reluz é ouro, precisamos nos ater para algumas questões: Qual o legado desses eventos para os brasileiros? Como nossas crianças e jovens poderão aproveitar essa oportunidade? E qual é o projeto educacional para as próximas gerações?

Tudo isso pode ser respondido, de várias maneiras e por vários pensadores, entretanto escolhi uma linha de pensamento que penso ser hoje a mais avançada a respeito. A primeira coisa que devemos repensar é a forma de inclusão e distribuição de direitos aos nossos jovens, não nos basta o assistencialismo, mas não somos imbecis ao ponto de falar pelos cotovelos que as assistências não reparam erros históricos, porém queremos mais.

O Brasil deve implantar um programa de Estado. O esporte e a pedagogia devem andar juntos para que formemos não apenas campeões, mas também pensadores que através do esporte desenvolvam uma cultura que enfatize uma forma de vida baseada na alegria do esforço e no ensino de valores relacionados aos princípios éticos universais. Treinar músculos não é o suficiente para formar uma pessoa e, portanto a prática esportiva sem uma filosofia pedagógica não tem um sentido de desenvolvimento humano e social. Nossos jovens deverão ser mais humanistas e com um grande espírito esportivo, essa geração devera mudar os rumos desse Brasil hoje miserável e individualista, para um Brasil rico e socialista, esse deve ser nosso horizonte, nossa meta.

Nesse emaranhado de teorias, destaco uma a do “Olimpismo” desenvolvida por Pierre Coubertin (séc. XIX), ele pretende através do esporte evidenciar um teor humanista e internacionalista, assim como a preocupação integral e harmoniosa das pessoas.

A proposta é implantar o “Olimpismo” como conteúdo multidisciplinar, que seja absorvido pelos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas. Não deve ser apenas parte integrante de uma disciplina, nem mesmo deve ser apenas preocupação da Educação Física, toda a educação deve ser aplicada a partir de uma filosofia de vida. Somente com um projeto sério é que chegaremos as Olimpíadas no Rio de Janeiro com um verdadeiro legado social e cultural para as próximas gerações aproveitarem um novo Brasil, de oportunidades, de justiça social, de educação, de saúde e Campeão Olímpico.



* Everson Merino da Silva é estudante de Direito e Diretor de Universidades Públicas da União Catarinense dos Estudantes

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